quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

Juro...

"Você tem sido ausente", " falta mais de você nas nossas vidas", é o que eu já ouvi. Tantas vezes e com tantas outras palavras, me disseram o que essas frases significam. Toda vez eu me importo, toda vez eu sorrio sem saber o que dizer - sou boa nisso de não saber o que dizer.

Mas eu estou nas suas vidas, sim,e na de tanta gente, mais do que vocês imaginam. Na verdade, são vocês e tanta gente que estão no meu mural de fotos, no meu discurso. Falo de vocês sempre e sempre, do quanto os quero bem, da lindeza que vocês são.
Meu amor parece silencioso, mas não é.
Juro.
Toda vez que me dizem ausente, dói mais um pouquinho.
Toda uma vida cifrando amores sem nem saber direito porquê.
É um mistério também pra mim.
Mas eu amo muito, amo tanto.
Amo ao ponto de decorar os celulares.
Amo e espero o momento de abraçar e apertar.
Amo e sorrio de pensar no tanto de amor.
Só não falo.
Nem sei por que não falo.
Devia falar.
Meu amor é quase uma adivinhação, também já me disseram.
Mas eu amo.
Muito.
Tanto.
Juro.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Mãos atadas...

" Escrevo com as mãos atadas. Na concretude imóvel do meu quarto, de onde não saio há longo tempo. Escrevo sem poder escrever e: por isso escrevo. De resto não saberia o que fazer com esse corpo que , desde sua chegada ao mundo, não consegue sair do lugar. (...) Não falo de aparência física, mas de um peso que carrego nas costas, um peso que me endurece os ombros e me torce o pescoço. (...) Um peso que não é todo meu, pois já nasci com ele. Como se toda vez em que digo 'eu' estivesse dizendo 'nós'. 

Um sopro me paralisa. Uma espécie de fardo. Pesado. Mais do que isso: bruto, acimentado, capaz de me tirar todas as possibilidades de movimento, amarrando as articulações uma à outra (...). Não que eu seja uma pessoa triste. Não se trata de ser ou não ser feliz, mas de uma herança que trago comigo e da qual quero me livrar. Nem que para isso tenha que correr riscos sem medida, nem que pra isso tenha de me desfazer de tudo que construí até hoje, de tudo que acreditei ser a minha vida.
"
 Do livro  A Chave de Casa, da Tatiana Salem Levy.