segunda-feira, 30 de junho de 2014

Desabafo pós inundações/enchente...

Terminado o período crítico e de aflição que Videira viveu nos últimos dias, por causa das chuvas e dos alagamentos quero registrar minha tristeza como servidora pública e como ser humano. E não é apenas com os estragos materiais. Nesses dias de forte pressão psicológica, do medo do inesperado, da tragédia iminente, eu e muitos colegas servidores também sentimos na pele a ignorância, a prepotência, a arrogância e a ingratidão de muita gente.

Gente que estava no conforto de suas casas, embaixo das cobertas, na frente de computadores e de lá emitiam comentários que via teclados percorrem um caminho de mão única e não tem nada de democráticos. Ser sarcástico, polêmico ou maldoso se tornou a maneira mais fácil de um cidadão ignorante se tornar popular em rede social. E eu abomino gente que agride o outro, seja por qual motivo for. Gente que precisa diminuir o outro pra se sentir grande.

O que essa gente esqueceu é que a Prefeitura não é apenas o prédio de paredes de concreto e pintado de laranja, que figura imponente na Avenida Manoel Roque. Em casos como o das chuvas e dos alagamentos na cidade, a Prefeitura sou eu, Silvia Palma e dezenas de colegas servidores, pais de família que deixaram filhos e mulheres em casa e saíram debaixo de muita água para ajudar quem precisava deixar suas casas às pressas. Pessoas, que junto com Bombeiros, passaram madrugadas inteiras limpando tubulações, sinalizando deslizamentos e buracos, digitando textos informativos, fotografando os estragos e as áreas de riscos para que os videirenses soubessem onde havia risco e onde eles precisavam evitar estar.

Gente que é humana e que muitas vezes falha, mas que em episódios como este, asseguro de todo o coração: deu o máximo de si. Fez com esmero, com amor ao próximo e à esta cidade. Portanto, críticos virtuais ou você que fala besteira nas rodas de amigos. Saibam que as palavras de vocês ferem gente de bem. Ferem gente que trabalhou para assegurar que você pudesse sair e ou permanecesse em casa, mas com segurança. Gente que torce por Videira e derramou lágrimas por famílias atingidas e por ver parte da cidade ser destruída pela fúria da natureza. Seus comentários infelizes foram desestimulantes. 

Carreguem essa verdade e a informação de que existe servidor público íntegro, comprometido e de boa índole. E da próxima vez, se forem capazes, se não puderem ajudar nem com palavras, façam votos de abstinência virtual. Os videirenses de bem agradecem! 

 Silvia Palma
 Servidora Pública na Prefeitura de Videira

terça-feira, 24 de junho de 2014

Quando olhar para trás é bom...



Hoje foi um daqueles dias em que olhei para trás e vi nitidamente os cuidados de Deus, em minha vida, quando eu nem imaginava que Ele estava comigo. Recebi no final da tarde o seguinte e-mail: " Silvia, pesquisando dados meus na internet achei um comentário seu em 2008 sobre um tal "CHEFE , GENTE BOA". Me fez muito bem.VOCÊ SILVIA também deixou saudades e boas lembranças. Um grande beijo. JOÃO." 

O curto, mas expressivo conteúdo partiu do meu primeiro chefe em Curitiba. Isso foi há quase de 20 anos, quando incentivada pela minha mana Sandra, que já morava lá, também me encorajei a sair da zona de conforto de Marilena City, para criar minha própria vida. João foi um chefe paternal. Me tratava como uma de suas filhas e me incentivava a vencer a saudade que sentia de Marilena no primeiro ano vivendo na capital paranaense. Era meio atrapalhado com as finanças, isso é verdade, mas era sempre tão amoroso que não conseguia ficar brava com ele. 

O contado dele me emocionou. Devolvi-lhe um e-mail cheio de boas lembranças em sua companhia e dos colegas que também trabalhavam na imobiliária, no Alto da XV. Ao ler o e-mail também pensei: ei Papai do Céu, tu cuidastes de mim por todo o caminho que percorri, heim! 

Sempre colocou boas pessoas pelo percurso e me ensinou a retribuir gestos fraternais. Como não lhe ser grata por todo o sempre?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

I´m single...

 “Véio, na boa”, mulheres solteiras podem ser gentis pelo simples fato de serem gentis, por serem educadas e prestativas e ponto. Só por isso!

Não foi a primeira vez que me senti constrangida por querer ser gentil com alguém. Ocorre que nunca tive carro e zilhões de vezes dependi da carona e da gentileza alheia. Pensava comigo: quando eu tiver meu carro quero retribuir todas as caronas que já ganhei. Mas tô percebendo que não dá. As pessoas interpretam gentileza com interesses particularmente emocionais e sexuais.

Eu acho  uma pobreza de espírito tremenda! Não é porque sou solteira que tudo que faço tenha a  pretensão de dar em cima de alguém. Não é porque sou solteira que sou uma predadora. Quanta deselegância! Quanta mesquinharia!

Eu já sabia que muitos  casais “cortam” a presença de solteiros em seus círculos e já achava isso desnecessário. Agora, estou tremendamente irritada com a pequenez e a imbecilidade de quem acha que uma carona pode ter segundas intenções. E vamos ser francos, Videira é uma cidade com morros quilométricos. Qualquer caminhada aqui exige um esforço hercúleo. E isso, sinceramente me comovia a oferecer carona, mas essa é mais uma conduta a ser reavaliada.