
Sim, é isso mesmo que você leu.....quero cometer um homicídio.....quero matar a Poliana que existe em mim.... sinto que a menina moça, inocente já agoniza...
Tô cansada de acreditar que pensamento positivo tem poder transformador. Tô cansada de acreditar que todo o mundo é inocente e, quando menos se espera, a malandragem se revela e puft.... já estamos no universo proibido. Cansei-me de acreditar na lógica de que todos nascem inocentes, e não há razão - a priori - para que o quadro se altere.
Ou seja, no mundo de Poliana que vivo, todos os dias têm sol, as pessoas são honestas e tem direito a escorregar na calçada do caráter....mas espera aí....chega de ser tolerante! Quem tem caráter de verdade, não o deixa falhar e se por acaso isso acontecer... tem dignidade para assumir e desculpar-se....
Quem já leu o livro da Poliana sabe que o fato de ela enxergar o mundo de um jeito cor-de-rosa acabou transformando seu ambiente. Sua doçura (não é bem meu caso) e inocência permearam até os corações mais endurecidos.
Só que agora, neste momento, eu não consigo pensar neste livro sem achar a menina uma idiota, uma retardada que pensa que tem a capacidade de mudar as coisas. Convenhamos gente, aquele que consegue enxergar o bem no coração do bandido não deixa de sofrer com as consequências do delito. Aquele que percebe que foi desrespeitado por alguém que não queria desrespeitá-lo, não deixa de sentir o amargor desse desrespeito.
O ferimento, seja ele de pequena ou de grande proporção, dói. E isso é inegável, não tem como ignorá-lo, minimizá-lo.....ele chega, entra e se apodera do coração da gente...
O que fazer? Bem, não me façam pergunta difícil....a única coisa que posso responder com toda a força da minha existência é que no final, tudo que permanece é o amor de Deus...
E como Deus só é amor e benevolência, talvez matar a Poliana seja trágico demais....umas bordoadas, como corretivo, talvez sejam o suficiente.... vou pegar essa guria de jeito....deixa ela comigo...