quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Porque recordar é viver...

Ontem enquanto chegava em casa , depois da primeira retomada do projeto “Caminhada para perder peso” ( sim creiam, eu, a mais sedentária, irmã gêmea do Garfield, caminhei)..então, ontem ao chegar, começava formar um baita temporal, de deixar o céu pretinho....a luz já tinha acabado fazia bem mais de uma hora por conta da tormenta na estação elétrica de Campos Novos....

Já dentro do meu lar, de banho tomado, esticada no sofá, assistindo Oprah e Dr. Phil, fiquei recordando o medo que tinha de chuva, quando era criança. Essa sensação boa de ser gostosinho pra dormir, simplesmente não existia na casa nº 1.115 da Rua Santos...essa aí da foto....

A casa existente desde o casamento de meus pais em 1969, foi palco de grande parte da minha infância...nasci em 1975 e lá vivi até os 10 anos, quando então fui morar no casarão do vô Massotão e da vó Oliria...mais tarde eu voltaria para o “rancho”, como dizia dona Neuza.

Não sei porque cargas d´água, um dia, foi moda pintar a casa de uma cor e as tábuazinhas de outra....a minha era vermelha com listras brancas...mas tinhas outras por lá (acho que da tia Adelaide) que eram laranja com branco, azul e branco....

Se por dentro a casa era até mimosa, por dentro era um caos...desde que eu me conhecia por gente os tacos da sala eram todos soltos, um horror....a casa não tinha forro e quando chovia molhava mais dentro que fora.....era muito engraçado, porque a casa era cercada por umas árvores com folhas bem pequininhas (típicas do Paraná), e ao acordarmos parecia que estávamos em uma floresta....a cama recheada de folhas..heheh ( eu devo ter comido muita folha dormindo, porque sempre durmo de boca aberta..uhauhaua)

Foi nessa casa também que tomei meu primeiro porre...foi no meu aniversário de 15 anos....tinha recém voltado a morar lá, depois de uma temporada em SC...meus primos Jenner e Simone e o Dentão, tiveram até que me dar banho e limpar a casa, já que seu Bizoré e Dona Neuza voltariam do sítio no domingo...

Lá também tomei minha única surra de verdade...meu pai, delicado como um elefante (tenho a quem puxar), me chamava para almoçar, e eu, como toda criança queria mais era brincar....3 chamadas de atenção depois, ele se pôs a correr atrás de mim , em volta da casa.... escorregou, quebrou o dedo, enfureceu-se ainda mais e me encheu de bordoada.... levei tanta cintada, que minha mãe teve que intervir....fiquei com marcas de fivela de cinta por vários dias...! Da mãe apanhava quase todo dia...a criatura trabalhava o dia todo, chegava em casa via as 3 filhas mais velhas se matando e ela também descia o porrete...hehe na verdade era chinelo havaianas....ficava com as marcas nas pernas...

Nosso quarto era um primor... ( a casa tinha dois quartos – um para o casal e outro para as 5 filhas), se bem que em 5 convivemos pouco, porque eu vazei pra casa da vó.. ......as paredes eram salmão bem fraquinho, mas toda encardida de poeira vermelha de Marilena... minha mãe tinha a infeliz idéia de pegar todas ( as poucas) bonecas que tínhamos e fazer um furo na cabeça e pendurar na parede, que era puro prego, cheio de porcaria pendurada...uahuahuaha (me lembrei que na salinha pequena perto do banheiro, tinha uma cristaleira cheia de taças do casamento e todo documento que precisávamos na vida)...a bicha era de compensado e viva soltando aqueles pózinhos...hehehe do outro lado da parede tinha um Rosário daqueles gigantes de madeira, item que também adornava a cabeceira da cama do casal)....

Minha mãe é uma figura gente!, a bicha tem cada idéia.... nas antigas, lá em Marilena não tinha coleta de lixo, então dona Neuza chamava um daqueles caras que cavocavam fossa... abria um buracão no quintal e lá depositávamos o lixo produzido no lar dos Palma...e a mania de fazer calçada em volta da casa só colocando tijolos? Pra onde ela se muda, faz isso..hehehe

Nosso quintal tinha pé de manga, goiaba e caju...e era uma briga pra saber quem tinha que varrer o bicho...hehe

Enfim....relembrar tudo isso me fez rir...mas também me fez recordar que lá naquela casa de esquina, tive muitos medos...e minhas manas sabem bem do que estou falando...medos que refletem até hoje em nossas vidas afetivas...

3 comentários:

  1. Silvia,

    Recordar a vida que passou é saber valorizar a vida de agora. Felicidade é isso, é poder ter maravilhosas recordações.

    Beijo grande, menina linda.


    Rebeca


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  2. Fiquei imaginando essas bonecas pinduradas pela cabeça, enfileiradas na parede, filme de terror....afffff!!!! rsrsrsrsrsrsrsrs
    Mas é bom lembrar mesmo...enquanto lia o teu post, lembrei de uma vez que o pai resolveu reformar a casa...ficamos todos empilhados morando por uns meses na lavanderia, pois a casa não tinha telhado, malemal tinha paredes!! Era muito engraçado...
    Mas as bonecas....ainda bem que eu nem tinha muitas pois nunca gostei delas (e acho que se tivesse elas não iriam parar na parede, hehehehehe)....sempre preferi os bichinhos de pelúcia.

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  3. hehehehe..era um terror mesmo Rosana...e quando tirava da parede as bichinhas ficavam com um furo no crânio...heheh

    Rebeca, tens razão...com as recordações podemos refletir sonre as conquistas e perdas de agora...

    Bjoka..

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