quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Só sei que foi assim...


Eu não fugi do clichê e estava aqui pensando no meu 2014.... Fiz uma relação imaginária das tantas conquistas pessoais e profissionais, das dores, das decepções, das frustrações, dos erros cometidos, dos abraços , telefonemas, e-mails e mensagens não enviados e, de outros tantos que chegaram aos seus destinatários....

Pensei nas tantas vezes que me calei neste 2014, nas muitas opiniões que não emiti e nas inúmeras vezes que pedi à Deus para não soltar minha mão. Então encontrei a foto dessa árvore, que achei ser a tradução literal do meu ano. Olho pra ela e não penso em outras coisas a não ser perseverança e resistência...

E vamos em frente, porque chegou o tempo de reacomodar as raízes, adubar tudo com muito amor e encarar o 2015!

sábado, 20 de dezembro de 2014

Coração feliz, sorriso fácil!


Poder terapêutico das férias em família...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Dos silêncios que fazemos....



Sempre escrevi para diminuir a febre do "sentir", mas paradoxalmente, em 2014, que foi um dos anos que mais senti, pouco escrevi... Foi o ano de exercer a arte do calar! E calar nos adoece..

sábado, 5 de julho de 2014

Quase uma década já se passou...

Eu nasci em Marilena, uma cidadezinha paranaense, com pouco mais de 6 mil habitantes, que fica na tríplice fronteira entre o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Era 1975. Naquele cantinho do sul do mundo fui à pré-escola, frequentei o ensino fundamental e me formei em técnico em contabilidade. Tudo no Colégio Estadual Princesa Izabel, recanto de grandes amizades, do primeiro amor, das primeiras sílabas, da construção dos sonhos. Quando eu era adolescente com uns 12 ou 13 anos, no final dos anos 80, eu me lembro de ter um caderno de recordação onde os amigos deixavam depoimentos e faziam previsões do futuro. Lembro também de longas conversas com a Andressa, uma amiga querida, cuja amizade preservo até hoje. Sentávamos na frente da casa dela, na Avenida Paraná para apreciar o "movimento" e colocarmos a conversa em dia. Costumávamos divagar como estaríamos quando chegassem os anos 2000. Eu estaria com 25 anos e imaginava que seria uma professorinha delicada da pré-escola ou uma alfabetizadora nota 10 como a Tia Alda e a Inez Cordeiro, minhas primeiras professoras. Tinha certeza que já estaria casada e teria uma casinha branca, com varanda para ver o sol nascer: em Marilena.

Foi difícil deixar minha pequena cidade para trás. Lá estavam meus amigos, meus avós, meus pais, tios e primos. O primeiro ano longe de casa foi dolorido. Difícil mesmo! Eu estava em Curitiba. Queria trabalhar e estudar. Só cumpri a primeira parte. Cinco anos depois me mudei para SC: Joaçaba. Na bagagem continuava invejando quem carregava a certeza do que queria ser quando crescesse. Eu me inspirava nas minhas professoras, mas no fundo achava que eu era explosiva demais para lidar com crianças. Aos 24 anos entrei para a faculdade de comunicação e entre tantos colegas de sala, jovens e recém saídos do segundo grau, como manda a tradição, eu enfim descobri o que queria ser quando crescesse. Foram nove felizes e produtivos anos em Joaçaba,mas novamente havia chegado o tempo de seguir em frente. Em julho de 2005, aportei em Videira. No final do mês, comemoro nove anos aqui. 

No final dos anos 80, lá em Marilena, quando eu costumava planejar meu futuro, nem nos sonhos mais loucos eu poderia imaginar como minha vida seria aos 39 anos. Hoje, olho para trás com muita gratidão. Deus é cuidadoso, zeloso e detalhista. Entre dores e alegrias que me acompanharam nesse tempo todo longe de casa, posso ver a mão Dele restaurando estragos e planejando meus próximos passos. E é nesse cuidado que descanso para concretizar sonhos que ainda estão adormecidos aqui dentro do meu coração. 

E que seja sempre no tempo Dele e não na ansiedade que muitas vezes opera em mim!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ao infinito e além...



Tinha no peito um vazio sem fim que nada supria... Nem o sussurro, nem o sorriso, nem o grito... Nem o feio, nem o lindo, nem o bonito... Descobriu o segredo: O infinito só se preenche com o infinito!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Desabafo pós inundações/enchente...

Terminado o período crítico e de aflição que Videira viveu nos últimos dias, por causa das chuvas e dos alagamentos quero registrar minha tristeza como servidora pública e como ser humano. E não é apenas com os estragos materiais. Nesses dias de forte pressão psicológica, do medo do inesperado, da tragédia iminente, eu e muitos colegas servidores também sentimos na pele a ignorância, a prepotência, a arrogância e a ingratidão de muita gente.

Gente que estava no conforto de suas casas, embaixo das cobertas, na frente de computadores e de lá emitiam comentários que via teclados percorrem um caminho de mão única e não tem nada de democráticos. Ser sarcástico, polêmico ou maldoso se tornou a maneira mais fácil de um cidadão ignorante se tornar popular em rede social. E eu abomino gente que agride o outro, seja por qual motivo for. Gente que precisa diminuir o outro pra se sentir grande.

O que essa gente esqueceu é que a Prefeitura não é apenas o prédio de paredes de concreto e pintado de laranja, que figura imponente na Avenida Manoel Roque. Em casos como o das chuvas e dos alagamentos na cidade, a Prefeitura sou eu, Silvia Palma e dezenas de colegas servidores, pais de família que deixaram filhos e mulheres em casa e saíram debaixo de muita água para ajudar quem precisava deixar suas casas às pressas. Pessoas, que junto com Bombeiros, passaram madrugadas inteiras limpando tubulações, sinalizando deslizamentos e buracos, digitando textos informativos, fotografando os estragos e as áreas de riscos para que os videirenses soubessem onde havia risco e onde eles precisavam evitar estar.

Gente que é humana e que muitas vezes falha, mas que em episódios como este, asseguro de todo o coração: deu o máximo de si. Fez com esmero, com amor ao próximo e à esta cidade. Portanto, críticos virtuais ou você que fala besteira nas rodas de amigos. Saibam que as palavras de vocês ferem gente de bem. Ferem gente que trabalhou para assegurar que você pudesse sair e ou permanecesse em casa, mas com segurança. Gente que torce por Videira e derramou lágrimas por famílias atingidas e por ver parte da cidade ser destruída pela fúria da natureza. Seus comentários infelizes foram desestimulantes. 

Carreguem essa verdade e a informação de que existe servidor público íntegro, comprometido e de boa índole. E da próxima vez, se forem capazes, se não puderem ajudar nem com palavras, façam votos de abstinência virtual. Os videirenses de bem agradecem! 

 Silvia Palma
 Servidora Pública na Prefeitura de Videira

terça-feira, 24 de junho de 2014

Quando olhar para trás é bom...



Hoje foi um daqueles dias em que olhei para trás e vi nitidamente os cuidados de Deus, em minha vida, quando eu nem imaginava que Ele estava comigo. Recebi no final da tarde o seguinte e-mail: " Silvia, pesquisando dados meus na internet achei um comentário seu em 2008 sobre um tal "CHEFE , GENTE BOA". Me fez muito bem.VOCÊ SILVIA também deixou saudades e boas lembranças. Um grande beijo. JOÃO." 

O curto, mas expressivo conteúdo partiu do meu primeiro chefe em Curitiba. Isso foi há quase de 20 anos, quando incentivada pela minha mana Sandra, que já morava lá, também me encorajei a sair da zona de conforto de Marilena City, para criar minha própria vida. João foi um chefe paternal. Me tratava como uma de suas filhas e me incentivava a vencer a saudade que sentia de Marilena no primeiro ano vivendo na capital paranaense. Era meio atrapalhado com as finanças, isso é verdade, mas era sempre tão amoroso que não conseguia ficar brava com ele. 

O contado dele me emocionou. Devolvi-lhe um e-mail cheio de boas lembranças em sua companhia e dos colegas que também trabalhavam na imobiliária, no Alto da XV. Ao ler o e-mail também pensei: ei Papai do Céu, tu cuidastes de mim por todo o caminho que percorri, heim! 

Sempre colocou boas pessoas pelo percurso e me ensinou a retribuir gestos fraternais. Como não lhe ser grata por todo o sempre?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

I´m single...

 “Véio, na boa”, mulheres solteiras podem ser gentis pelo simples fato de serem gentis, por serem educadas e prestativas e ponto. Só por isso!

Não foi a primeira vez que me senti constrangida por querer ser gentil com alguém. Ocorre que nunca tive carro e zilhões de vezes dependi da carona e da gentileza alheia. Pensava comigo: quando eu tiver meu carro quero retribuir todas as caronas que já ganhei. Mas tô percebendo que não dá. As pessoas interpretam gentileza com interesses particularmente emocionais e sexuais.

Eu acho  uma pobreza de espírito tremenda! Não é porque sou solteira que tudo que faço tenha a  pretensão de dar em cima de alguém. Não é porque sou solteira que sou uma predadora. Quanta deselegância! Quanta mesquinharia!

Eu já sabia que muitos  casais “cortam” a presença de solteiros em seus círculos e já achava isso desnecessário. Agora, estou tremendamente irritada com a pequenez e a imbecilidade de quem acha que uma carona pode ter segundas intenções. E vamos ser francos, Videira é uma cidade com morros quilométricos. Qualquer caminhada aqui exige um esforço hercúleo. E isso, sinceramente me comovia a oferecer carona, mas essa é mais uma conduta a ser reavaliada.

sábado, 17 de maio de 2014

Hope...



Expectativa: esperar, desejar, ter esperança....

Diz a lenda que a pior coisa para um relacionamento é quando um dos envolvidos cria expectativas. Falsas ou verdadeiras expectativas, o fato é que projetar qualquer coisa para o futuro pode ser o primeiro passo para a falha do tal projeto. O que a lenda reza, contudo, é contrário do que prega a lógica. Pelo raciocínio matemático, tudo o que precisa ser fundado, construído, edificado, precisa antes de um plano, uma expectativa. É que mais do que uma projeção do futuro, a expectativa é uma esperança, uma aposta benevolente no universo. E nos dois cenários possíveis (criar ou não criar expectativas), o não amar é sempre mais doloroso, podem acreditar.

Era a expectativa o que me fazia acreditar, queda após queda, que o próximo amor seria melhor, mais intenso, mais profundo, mais pra sempre. E era isso que me enchia de coragem para enfrentar tantas decepções quanto fossem necessárias, até ver meu sonho falhar de novo ou triunfar enfim.Mas o que eu tenho hoje é a falta de esperança de quem não espera nada. De quem não espera encontrar o amor, esbarrando ombros numa livraria. De quem não espera se apaixonar no primeiro beijo. De quem não espera ser apresentada por uma amiga. De quem não espera fixar o olhar em alguém no meio de uma multidão. De quem não espera o tempo certo, por que está cansada, decepcionada, desestimulada.

Eu acreditava que não criar expectativas deixaria a vida mais leve, o caminho mais fácil. E no começo é essa a falsa sensação de liberdade que temos. Mas depois percebemos que essa leveza é passageira e que esse desapego nos preenche de um imenso vazio, tão vasto, que fica difícil alguém entrar nesse espaço de novo. A falta de expectativas nos distancia da capacidade de incluir o outro na nossa vida, de pensar no plural e enxergar que alguém pode andar ao nosso lado. A falta de expectativas nos priva dessa vontade de imaginar em 2 segundos, nossa vida inteira com outra pessoa, e nessa falta de planos, não apostamos, fundamos, edificamos nem construímos nada. Nem prédios, nem amor.



segunda-feira, 17 de março de 2014

Conversa alheia...

Eu que achava que nunca iria casar e tão pouco ser mãe, mudei de ideia. Sim, mudei radicalmente. A cerca de um ano alimento o sonho de formar uma família para chamar de minha e ter uma casinha branca de varanda para ver o sol nascer. Um bebê ou vários também fazem parte do pacote. Tenho pedido a Deus que me conceda essa graça. E creio que Ele vai me presentear.

Mas hoje na hora do almoço sentei perto de uma mesa, onde duas moças conversavam. Uma delas falava sobre o fim do relacionamento de seis anos. Na verdade ela lia para a amiga um extenso e-mail que o ex-amado havia lhe encaminhado. Ela não parecia triste. Parecia mais que debochava do e-mail dramático enviado pelo moço. Na carta virtual o moço lamentava o modo como a tinha tratado no tempo em que estiveram juntos. Lamentava ter perdido a confiança dela e pela cara que ela fazia, ele deve ter aprontado muitas vezes.

Em um dos trechos ele dizia que "os elos da corrente que os unia" estavam quebrados. Que a partir daquele e-mail ela estava livre para seguir a vida e não mais sofrer, por causa dele. O sujeito manipulava a história querendo fazer a moça se sentir culpada por jogar pro alto um relacionamento de seis anos, mesmo que esse relacionamento fosse uma bela porcaria. Dizia em tom irônico pra ela ir curtir as amigas, que essas sim eram parceiras dela para sempre. Enfim, um show dramático mexicano que não comoveu a moça e nem a amiga que a ouvia ( e nem a mim que intrometida ouvi tudo atentamente..heheh).

Depois de ouvir tudo aquilo orei a Deus pra me livrar de uma situação como aquela. Já vivi relacionamentos assim e por causa deles não me imaginava casada. Deus há de estar preparando um homem especial pra mim (eu disse especial e não perfeito). O que sei é que não quero nunca mais me envolver em relacionamentos manipuladores e doloridos. Nunca mais. E que Deus também esteja ao lado da minha mesa, me ouvindo!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Empty...

E quando você partilha em uma rede social um assunto que te magoou extremamente  e encontra uma pessoa que ao invés de se solidarizar com sua causa, apenas diz:

- Nossa Silvia, como você tem amigos que escrevem errado! Ví aquela tua postagem e teve uma menina que cometeu um erro gravíssimo de português.

Me digam: o mundo tem solução com gente vazia desse jeito?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Aparências...



Eu queria saber por que sempre que alguém pensa em me ofender, por qualquer motivo que seja, a primeira coisa que faz é me chamar de GORDA ou de BUNDUDA? Até de pata gorda já fui chamada! Francamente né, meus queridos! Tenho cérebro, tenho sentimentos, tenho um CORAÇÃO. 

Chamem-me de mau caráter, chamem-me de burra, de hipócrita, de desonesta. Mexa com minha essência e então refletirei sobre o motivo pelo qual te provoquei tal sentimento. Julgar-me pela minha aparência?

Sinceramente, quando isso acontece tenho vontade de cantar aquela música infantil que a gente aprende na igreja.. 
 ♪ Aos olhos do Pai 
Você é uma obra-prima 
Que Ele planejou
 Com suas próprias mãos pintou
 A cor de sua pele 
Os seus cabelos desenhou
Cada detalhe 
Num toque de amor ♪ 

 Aqui na minha cabeça, quando ouço essa musiquinha fico pensando no capricho de Deus: Vou fazer essa menininha com olhos grandes, cabelos escorridos e uma pintinha na palma da mão. Quando ela se envergonhar ou se enfurecer vai ficar com as bochechas rosadas. Vou dar-lhe mãos delicadas e pés onde nascerão calos.. Ah, ela também vai ser fofinha!...heheh 

 Deus é amoroso, é caprichoso, mas não se importa com nossa aparência e disse isso à Samuel: "Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração". 

Ah, Silvia, mas você não se entristece com isso? 
Sim, me entristeço, seria hipócrita se dissesse que não. 
 Mas a minha tristeza não é pela ofensa. É pelo julgamento vazio e superficial de quem me avalia por minha aparência. Sou mais que esse invólucro. 
Bem mais que isso e sobretudo tenho saúde, graças a Deus. 
 Então, belezuras, mudem o discurso. 

Aos olhos do Pai eu sou uma princesa, tá bom!? heheh

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Ah, se eu não tivesse medo...

Eu queria ser dessas pessoas afetuosas. Queria muito. Queria abraçar sem neuras e dar beijinhos estalados.Queria não hesitar segundos antes de encostar a cabeça nos ombros mais próximos. 

Eu sempre hesito. Queria dizer. Eu sempre sinto, sinto muito, sinto tanto, sou cheia dos sentimentos, mas raramente digo. Acho que as pessoas acabam adivinhando. Queria que não fosse preciso adivinhar. Sei que meus olhos são bons em dizer, mas eu queria dizer, dizer mesmo. Escuta, meu amor. Olha, meu bem. Meu amor. 

Penso duas vezes antes de tudo. Penso duas vezes e muitas vezes não faço. Fazer é sempre um exercício - um exercício tímido de que tem medo de invadir. Queria não ter medo. 

Ah, se eu não tivesse medo...

sábado, 4 de janeiro de 2014

Confusão psíquica ou hormonal?

Acho que sou bipolar, mas admito. Eu não fui ao psiquiatra para me diagnosticar. Eu não tomo remédios controlados, e não sofro propriamente de instabilidade de comportamento, desses que me levam da euforia extrema à depressão profunda. Na verdade me expressei mal. Meu coração é bipolar, não eu. Eu sou apenas o invólucro onde ele habita, totalmente desgovernado e cheio de si, dono dos meus passos. 

Acontece que cada dia, principalmente na TPM, ele (o coração desgovernado) toma para si um novo papel. Seja o apaixonado, seja o insensível. Mas qualquer papel que seja, tem a intensidade de ser inteiro, de tomar conta de mim completamente. A verdade é que hoje eu posso amar com todas as forças, posso ser solícita e doce, posso ser compreensiva e sorrir pra você. Amanhã já não sei.Meu coração acorda de acordo com a própria vontade.

Desculpa! eu não tenho controle sobre ele. Amanhã você pode ser um estranho, alguém que eu nem quero mais na minha vida, ou que eu não vou me esforçar para agradar. Amanhã, quem sabe, você não caiba no meu peito, não haja espaço pro seu jeito. Desculpa, eu não tenho controle sobre ele!

Acontece, ainda que hoje, eu posso te querer por perto e pra sempre, mesmo sabendo que o pra sempre do meu peito dura apenas as próximas 24 horas. E no momento seguinte, quando você virar as costas, eu simplesmente pense: eu nunca mais quero te ver. Ou eu posso ainda acordar sem graça e sem viço e o coração acordar comigo, mas como se não batesse. Um coração insensível, sem espaço pro sentido, vazio. Um ninho intocável onde habita a solidão.

E no fim do dia, seja qual for o sentimento, o mais absurdo, o mais intenso, é todo meu e me toma, corpo e alma e coração.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Remember!




Essa foto retrata o meu mais importante momento em 2013! Este foi o ano em que provei da graça e da misericórdia de Deus! Muito embora, diversas vezes, eu tenha repetido que o ano que se encerra tenha sido difícil, ao parar para escrever, me dei conta que não foi nada disso! Deus me deu muito além do que eu imaginava e merecia e, sou muito grata à Ele por isso!

Foi em 2013 que me converti de verdade e me batizei deixando grande parte da Silvia para trás! Foi libertador descer do muro e assumir-me como cristã. Honrar o nome de Deus é uma tarefa árdua, pois nossa condição humana nos trai diariamente, mas mesmo assim, perceber-se sondada e quebrantada pelo Espírito Santo transcende todo o entendimento humano! Creiam!

Percebo que as dificuldades profissionais enfrentadas neste ano, serviram apenas para separar o joio do trigo e fortalecer a confiança que a mim foi destinada! Foram dias dolorosos, de angustia e incompreensão, mas que encerraram com a vontade Dele convergindo com a nossa! Obrigada por isso também, Papai do Céu! 

Como esquecer que, em 2013, me alegrei com o casamento dos meus sobrinhos Mayara e Raphael, em uma clara demonstração que àqueles que esperam em Deus são recompensados? Minha mana Selma também apostou no amor de novo, me mostrando que minha hora também vai chegar! 

Como não enaltecer o fato que, foi neste ano, em meio a uma tempestade,que ganhei duas novas oportunidades profissionais? Também foi nos últimos oito meses que venci o pavor de dirigir, comprei um carro e ganhei independência e autonomia para me locomover! Pode parecer besteira, mas imaginava que jamais conseguiria entrar em um carro e dirigir sem medo! Em tudo dai graças! Deus é tremendo! 

Obrigada pela saúde dos meus pais, dos meus manos e manas, sobrinhos e sobrinhas e também pela minha! Obrigada, Senhor, por me dar forças, diariamente, para suportar a dor latente da saudade deles! Obrigada pela nova família que me deste que é a Igreja Batista de Videira! Tu és fiel em sua promessa de nos cuidar!

Obrigada por me mostrar, que ainda posso amar e melhor que isso, ser amada! Obrigada por me mostrar que ainda tenho grandes sonhos a serem realizados! Neste ano, descobri que quero me casar e ser mãe. ("Melhor é serem dois do que um" - Eclesiastes 4:9). 

Continue comigo em 2014! Cuide dos meus sonhos! Tu sondas meu coração, conhece-me mesmo antes de ser gerada na barriga de minha mãe e por isso espero em Ti. 
É assim que oro agradecida!

Silvia, Cascavel - PR, verão de 2013!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Paralelos...

Hoje sai pela manhã, já atrasada, para um compromisso de trabalho. Joguei a mochila com a máquina fotográfica no banco de trás, a bolsa no banco da frente e manobrei apressada pra não deixar ninguém esperando. No centro da cidade peguei trânsito e enquanto esperava os carros seguirem tive um insight: Caraca! Estou dirigindo em um dia de chuva e vou chegar seca e confortável no meu compromisso!
Obrigada Senhor por me dar essa autonomia e independência!

Quantas mudanças minha vida sofreu em 2013! Quantas graças Deus me concedeu!
E que engraçado pensar nisso! Pensar na independência que é ter um carro, perder o medo de dirigir e não precisar mais andar de moto.

Engraçado porque essa independência só existe porque me tornei uma mulher submissa. Submissa aos planos de Deus! Submissa porque em 2013 entreguei minha vida à Ele. Thanks God!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Silvia Palma- Contradição é seu nome!

Celular toca com um número de Floripa. 
Silvia atende. 
-Senhora sou da empresa de pesquisa tal e gostaria de entrevistá-la sobre planos de telefonia. 
- Bah, agora? tô cheia de coisa pra fazer moço. Demora muito? 
- Uns 15 minutos, senhora. 
- Putz, quanto tempo! Mas tá bom, vou te ajudar, deve ser horrível fazer pesquisas... 
- Ok, Obrigada. Vamos lá. A senhora tem parentes ou conhecidos que trabalhem em agências de publicidade? 
- Tenho sim.Muitos. 
- Ok, já estamos finalizando a pesquisa. 
- Oxe, finalizando? Tá doido menino? Tá me tirando? Você me disse 15 minutos e não deu nem dois!
- Senhora, me desculpe, mas a senhora não se enquadrou no meu perfil! 
- Aff, nunca mais serei gentil com você! Tchau! 
hahahah

sábado, 12 de outubro de 2013

Como pude?

Surpreendente como mudamos ao longo do tempo. Nesta semana, dei de cara novamente, com uma situação, que há uns dois anos eu achei o máximo viver. Naquela época me achei transgressora, corajosa, despojada e descolada. Me vangloriei por ter vivido aquilo. Está registrado aqui no Reflexos de Mim.

Ao ser surpreendida com o encontro dessa semana, o único sentimento que consegui manifestar foi arrependimento! Como pude?

Me lembrei que após o primeiro encontro, quis muito repetir aquela situação. Muito mesmo!
E na última terça-feira, com olhos nos olhos, me envergonhei!


Mansidão...

Como é difícil chegarmos a um consenso quando o assunto é relação interpessoal. Como está cada vez mais difícil tolerarmos as atitudes que não nos agradam no próximo. Que tarefa árdua engolir, ponderar, absorver, digerir uma ofensa.

Eu confesso que não tenho muita habilidade para tal. Tenho feito esforços hercúleos para manter-me distante de confrontos orais. Me falta mansidão, ponderação e sabedoria emocional. Sabe aquela saída estratégica pela direita, com a categoria de uma lady? Pois é! eu não tenho.

Não posso menosprezar a evolução que venho apresentando. Deus tem agido por aqui! Para não me alterar, tenho saído das rodas de conversa, mas o fato é que, antes de sair, deixo um rastro de indignação nada poético e delicado, denotados no meu olhar, tom de voz e modo de pisar. Tão deselegante! Tão desnecessário!


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pelos poderes de Grayskull...

Há quem prefira os covardes, que se alinham ao alarido diante da dificuldade. E há os que escolhem honrar a palavra empenhada, honrar a crença, honrar a condição de sempre posicionar-se com respeito. Posso pecar pelo excesso, mas jamais vou acovardar-me diante do que quer que seja!  # sesentindoashe-ra

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

No strings attached...

No strings attached. No limits, no boundaries. I feel painless and relieved. My heart is so full of freedom, so full of myself, so mighty and untamed, that  it can not be taken or conquered, it has to be given...

Sem amarras. Sem limites, sem fronteiras. Eu me sinto indolor e aliviada. Meu coração está tão cheio de liberdade, tão cheio de mim mesmo, tão poderoso e indomável, que não pode ser tomado ou conquistado, ele tem que ser dado ...

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Entrega...

Na manhã do último domingo (1º)  professei publicamente minha fé e a certeza de que Jesus é meu único e suficiente salvador. Posso afirmar que, definitivamente, a fé transcende o entendimento humano, pois eu que vivo das palavras, eu, que sempre as encontro para traduzir o que sinto e, o que os outros sentem, naquele domingo, nem que eu fosse a mais sábia das poetizas, conseguiria por no papel, a dimensão do amor de Deus por mim e a emoção que senti.

O Batismo é algo tão grandioso, importante e único na vida de um cristão, que até o próprio Jesus, que era o próprio Deus, tinha todo poder, autoridade e santidade, se batizou como nós.

Obrigada a cada membro da Igreja Batista de Videira que me acolheu como sua família. Obrigada a minha mana Sandra e as minhas sobrinhas Mayara e Vitória , assim como o Marcos, que reservaram um pouquinho do seu dia para partilhar comigo o momento mais especial da minha vida.

Foi a decisão mais importante e difícil que tomei em minha vida, mas me saibam feliz!





sábado, 24 de agosto de 2013

Aos prepotentes do caminho...

A prepotência é irmã da arrogância. Nascem ambas do complexo de inferioridade que vocês nem se deram conta que tem. Para compensar esse complexo, vocês passam a agir de forma a demonstrar o que lhes falta, isto é, acreditar em si mesmos. Preferem submeter, humilhar, menosprezar e constranger os outros por não conseguirem suportar seu sentimento interno de pura pequenez. Não se enganem. O fio que separa a autoconfiança, a ousadia e a segurança, da arrogância, é muito tênue.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Precisa mais?

Constantino foi o primeiro a chegar. Recebeu o nome do meu avô materno, o homem mais especial que já conheci. Constantino completa 4 anos no próximo dia 29. Já é um adulto respeitável, se fosse humano teria 29 anos.

O difícil é fazer quem não gosta de animais, entender a ligação que nós podemos ter com eles. Já ouvi muitas coisas ao declarar carinho e afeição pelos meus bichos. Algumas sutis e outras no tom de que gostar de bicho é coisa típica de solteiras (solteironas) ou de quem dedica amor ao bicho, maltrata os humanos....

Não é nenhuma das alternativas ou dos adjetivos que tenho recebido. Poderia elencar aqui, uma série de atitudes que Constantino e Vilaró tem em relação a mim. Entre as mais importantes estão o fato deles partilharem a solidão e a ausência da família, o carinho no momento em que abro a porta e eles vem roçar seus corpos nas minhas pernas em uma demonstração clara que sentiram minha falta, o olhar enternecedor e o aconchego em meu colo, quando as lágrimas caem por algum motivo.


Precisa mais?

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Os melhores textos não são felizes...

Já quis escrever textos felizes, que fizessem as pessoas rirem, mas o que tenho de engraçada na convivência,  acho que não o tenho na escrita. Isto porque, na grande maioria das vezes só escrevo quando estou triste ou quando o assunto realmente se vê pertinente e inconvenientemente chato na minha cabeça.

Contudo, sempre me pergunto: por que é tão difícil escrever textos felizes? E as perguntas continuam. 
Mas de que valem os textos felizes?

Sem que isso soe pretensioso demais, mas pelas minhas constatações os grandes textos, os grandes poemas e os grandes poetas não escreveram textos felizes.Eu acho que os textos com aquele tempero de saudosismo e melancolia são aqueles que guardamos para sempre. Porque o ser humano tem um quê de derrotado e a derrota é tão mais vivida, mais sofrida e mais sentida que a alegria, que a vitória.

O que seria da poesia sem a incerteza, a agonia profunda, o desespero, o trágico e o infortúnio? O que seria das grandes estórias sem o verbo rasgado e os conflitos humanos ou o desequilíbrio ? 

Seja qual for a narrativa, eu creio que  só é sublime e profunda, se for submersa nos nossos maiores pesares. Né não?

sábado, 10 de agosto de 2013

Elas não me representam....

No supermercado, na fila da pizza, duas moças atrás de mim conversavam animadamente. Eram muito bonitas. Bem bonitas, mesmo. O celular de uma delas recebeu uma mensagem. Sem cerimônia ela tirou o aparelho do meio dos seios (no estilo Larissa Riquelme). Leu a mensagem em voz alta. 

Era de um rapaz que dizia que ela era uma mulher especial e queria vê-la. Então, a moça bonita acabou de ler e caiu na risada junto com a amiga. -Você acredita que esse fulano me mandou flores? Por favor, né! Que ridículo! Quer me agradar me mande uma nota de R$ 50,00 – exclamou.

A amiga concordou. Riram alto novamente e ridicularizaram mais uma vez o gesto do moço. A fila andou, mas ainda tive tempo de as ouvir falando pras duas mulheres que montavam as pizzas: - sorte que vocês são casadas, porque os homens hoje em dia são todos uns idiotas.
Oi?

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Eu queria correr...

Eu queria correr. Desenfreadamente, sem limites, para onde o único destino fosse aquele imposto pela medida da minha exaustão. Eu queria correr para longe, distante o suficiente, para ouvir apenas os meus passos, onde o som mais intenso fosse o arfar da respiração....

Eu queria correr numa só direção, numa estrada reta, sem horizonte. Correr num ritmo constante e sem fim. Eu queria sentir o vento secando a pele, do meu esforço, tirando meus cabelos do rosto. Eu queria chegar ao fim e começar de novo...

Correr sem rumo ou descanso, sentindo cada músculo ardendo no corpo, sentindo a dormência do sangue em movimento. Eu queria correr até me faltar o fôlego, até abrir o peito, e solto, poder sair do chão. 

E que seja qual for o fim do percurso, que seja a minha companhia o silêncio que só a ausência permite, ao coração...

terça-feira, 30 de julho de 2013

Altos e baixos...

Faz tempo, tanto tempo, que eu nem lembro quando foi a última vez, que eu me senti assim, num estado embrionário, como se fosse um feto bem encolhido, guardando todas as energias para o nascimento. Como eu já nasci, suponho que seja um renascimento, no sentido figurado, claro. Sempre vejo a vida como uma sucessão de levantes e declínios em períodos mais ou menos longos, instáveis, imprevisíveis e aleatórios provocados por eventos de ordem universal e incompreensível. Partindo do princípio clichê da montanha russa, como metáfora para a vida, com altos e baixos, momentos bons e ruins, eu tenho considerações a fazer. 

No caso da montanha russa, os altos e baixos querem dizer justamente o oposto da própria definição: o alto da montanha russa é o marasmo e a inércia, e a descida da montanha é a adrenalina e a emoção. Isso significa que essa metáfora pra vida serve apenas se pensarmos que "o alto da montanha" (felicidade, realização, amor, paz, etc) é o ponto de inércia do ser humano e que, por isso, "a descida da montanha" só pode ser a própria vida, em si, em todas as dimensões do sofrimento, do desespero, a atividade emocional e, por isso, da emoção. 

O que eu quero dizer com isto tudo, mesmo que eu não esteja conseguindo me fazer entender (ou estou?), é que a felicidade/realização/etc é o estado de latência/plenitude embrionária no qual eu me encontro, lá no topo da montanha russa, aquele ponto de conforto e acomodação que precede a descida, e isso pode parecer interessante afinal não é a felicidade o que todos nós buscamos? É, seria, se não fosse a inércia óbvia dos meus pensamentos, o marasmo emocional,
a preguiça com que se arrastam os meus dias e uma felicidade solitária, desbotada e sem fim que só pode ser alimentada com séries no computador, livros e silêncio.

Com certeza a descida está próxima e em algum momento inesperado eu serei arremessada contra o vento, sentindo o estômago colar nas costas, os pulmões doerem invadidos de ar, e a angústia de todos os sentimentos esquecidos vão brotar na minha boca como um grito, me trazendo a um novo ponto de partida.

domingo, 14 de julho de 2013

Laços...

Porque hoje é domingo, dia de solidão no 501, quase véspera de um reencontro, me deu  uma vontade danada de dizer alguma coisa, qualquer coisa, sobre paternidade. N
ão sei nada sobre SER mãe ou pai; minha experiência se limita a TER pai e mãe. Do alto dos meus 38 anos, ainda imaturos, só posso dizer que não deve ser fácil ser pai ou mãe de alguém ( ser filho também não é tarefa das mais simples). Imagino o que se passa pela cabeça e pelo coração de alguém, quando descobre que vai , para sempre, influenciar diretamente a vida de uma pessoa que nem conhece cuja companhia não tem direito de escolher.
Porque pai e mãe não escolhem o filho que terão, não decidem se aquela pessoa será interessante e divertida, não podem simplesmente se cansar de um filho chato e arranjar outro, assim como fazemos com amigos,amores, conhecidos. Ter um filho, me parece, é como dar um tiro no escuro, é fazer um contrato de amor vitalício, pra sempre, sem garantias.

Uma coisa que aprendi nesses últimos tempos e que vale para todas as nossas relações é que não se pode esperar o tempo ajeitar tudo. Uma vez, me disseram que eu entenderia muitas coisas quando crescesse, quando fosse adulta. Pois é, a gente entende mesmo. A gente cresce e entende que nossos pais são de carne e osso feito a gente. Erram, acertam, choram, se cansam como todo mundo. A gente aprende a entender isso; busca aprender a perdoar seus erros e a compreender suas dores porque também temos as nossas dores e os nossos erros.

Então, chega um tempo que o amor e o afeto prevalecem, de alguma forma. Há casos, porém, em que o entendimento vem, mas alguns espaços nunca são preenchidos de fato. Porque há conceitos que não brotam assim do nada, só porque a gente quer.  Acho que o amor tem que ser um processo vitalício, tanto quanto vitalício é o registro de um nome numa certidão de nascimento.


Se eu pudesse dizer algo para todos os pais agora, eu sugeriria que nunca negligenciem as pessoas que amam. É um clichê, eu sei, mas funciona. Ainda que a gente não saiba ser maduro, coerente; por mais que a gente faça coisas erradas, vale a pena não ser egoísta. Pode não evitar sofrimento, estresse, anos de terapia, mas garante a vitalidade de laços indispensáveis.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ciclos...

Era final julho de 2005. Fazia muito frio, mas eu pouco me importei com a temperatura. Queria mesmo era recomeçar minha vida profissional. Depois de nove anos em Joaçaba, era hora de partir. Com dedicação escolhi minha nova morada, na nova cidade que ira me acolher: Videira. Não sofri por deixar Joaçaba. Não sofri porque o namorado da época continuaria morando lá e eu cá. Estava feliz e determinada a enfrentar a nova cidade e o novo trabalho, mesmo sabendo que tinha tempo marcado, cerca de dois anos.

Escolhi cada detalhe da nova casa que seria só minha. Comprei móveis novos, utensílios domésticos, objetos de decoração. Arrumei meu cantinho e fui feliz com as visitas semanais do meu amor. Também amei meu novo trabalho e passei a construir aqui na Capital da Uva, novos capítulos da minha história. 

Desde então, alguns anos se passaram. Neste mês, o ciclo de oito anos se completa. Dos 30 anos pulei para os 38. É um tempo considerável. Nesse período o namoro acabou e o amor se dissipou. Nunca mais o encontrei e creio que também não o tenha procurado com a atenção que ele merece. Engana-se quem pensa que por conta disso fui infeliz. Muito pelo contrário. Conheci muita gente bacana. Me enamorei. Fiz amigos. Mudei novamente de emprego.Cresci profissionalmente. Estudei. Sofri de saudades da minha família que mora longe. Mas estou mais madura. Estou feliz. 

 O futuro será aqui? Bah! Não me façam pergunta difícil. A única certeza que tenho é que eu gostaria de estar mais perto dos meus e principalmente que sei que Deus está no controle de tudo. E Ele só vai me levar para onde eu mereça.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Era primavera...

Eu já estive apaixonada quatro ou cinco vezes na  vida e não posso afirmar, com precisão, se um dia já amei um homem verdadeiramente. No fundo eu acho que não. Mas como saber o amor ?
Das paixões, eu creio que me lembre, pelo modo como terminaram. Doloridamente. Nem todas, mas algumas doeram muito. Doeram alma e corpo.  Talvez tenham sido aquelas em que entrei com a bunda e meus "amados" com o pé, para tornar o "fora", mais humorado.

Algumas delas nem me lembro mais porque doeram tanto e as que me lembro, posso assegurar que a lembrança não é por apego, só é porque não temos o poder de apagar nossa memória com uma borracha imaginária.

Era primavera em Videira...

Às oito de um sábado ele tocou a campainha e eu não imaginava o desfecho. Tudo parecia normal, cheio de idas e vindas, como sempre, mas com final feliz. Já estávamos juntos havia quase quatro anos e eu conhecia os movimentos que, aos finais de semana o levavam e o traziam de volta. Mas aquele dia foi diferente, ele estava determinado, frio, com um olhar vazado, quase nulo, e, por mais que eu tentasse trazê-lo de volta daquele fundo onde parecia ter se escondido, eu não conseguia. 

Passamos a metade da manhã conversando, encerrando aquela história que nos parecia interminável. Tentei fazer com que se lembrasse dos nossos momentos, dos nossos pactos e sonhos, das nossas conquistas, da parceria, da cumplicidade, do desejo, mas nada, ele estava certo do que queria. Tão certo que se constrangia, visivelmente, com aquela situação. 

- Você sofre porque me ama, eu dizia -  porque não quer se afastar de mim. Ele ficava mudo porque sabia que não, ele sofria exatamente porque não me queria mais, mesmo com toda cumplicidade, parceria, sonhos, pactos, conquistas, desejo. Às 10h30 ele saiu, estávamos exaustos. Me joguei na cama. Era um dia de primavera. Fechei os olhos enquanto lágrimas escorriam pelo rosto. Rememorei os quase quatro anos ao lado daquela criatura. Às vezes suspirava para secar aquele rio insistente brotando dos meus olhos. Tudo doía, o peito, os olhos, as mãos, o céu também doía e as ruas, as esquinas, a minha vida, tudo amargava em minha boca. 

Na segunda-feira a vida continuou. Fui trabalhar  e me vi, por alguns segundos, com um andar tão lânguido, os olhos inchados, os ombros caídos, as lágrimas iminentes, era tudo tão bonito, que me encantou. Continuei sofrendo, na terça, na quarta, na quinta, na sexta.  Foram incontáveis telefonemas e lágrimas querendo compreender porque o namoro havia findado. Não tinha explicação plausível que me convencesse. Escrevi -lhe uma carta. Nas linhas tinham promessas que eu jamais poderia cumprir, mas cá entre nós, um drama bem feito pode gerar frutos.

E assim foi. Uma semana depois a semente tinha germinado. O "querido" havia se arrependido. Curtir a vida, solteiro, como ele previra, duas semanas antes, não era lá essa maravilha que lhe tinham propagado. E ele reapareceu. Dessa vez era ele quem implorava uma segunda chance. Titubeei, mas pensei com meus botões: se ele te abandonou uma vez, vai fazer uma segunda. Vale a pena? você o ama? eram questões que giravam na minha cabeça.

Então eu disse não. A dor provocada por aquele menino fez com que eu visse uma jovem mulher vivendo, tão digna em sua dor, tão firme em seus propósitos, que pude sentir alegria, alegria de viver, com todos os ganhos e perdas, com todos os conflitos e contradições que estar vivo implica. E segui minha vida. Solteira.