sábado, 24 de agosto de 2013

Aos prepotentes do caminho...

A prepotência é irmã da arrogância. Nascem ambas do complexo de inferioridade que vocês nem se deram conta que tem. Para compensar esse complexo, vocês passam a agir de forma a demonstrar o que lhes falta, isto é, acreditar em si mesmos. Preferem submeter, humilhar, menosprezar e constranger os outros por não conseguirem suportar seu sentimento interno de pura pequenez. Não se enganem. O fio que separa a autoconfiança, a ousadia e a segurança, da arrogância, é muito tênue.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Precisa mais?

Constantino foi o primeiro a chegar. Recebeu o nome do meu avô materno, o homem mais especial que já conheci. Constantino completa 4 anos no próximo dia 29. Já é um adulto respeitável, se fosse humano teria 29 anos.

O difícil é fazer quem não gosta de animais, entender a ligação que nós podemos ter com eles. Já ouvi muitas coisas ao declarar carinho e afeição pelos meus bichos. Algumas sutis e outras no tom de que gostar de bicho é coisa típica de solteiras (solteironas) ou de quem dedica amor ao bicho, maltrata os humanos....

Não é nenhuma das alternativas ou dos adjetivos que tenho recebido. Poderia elencar aqui, uma série de atitudes que Constantino e Vilaró tem em relação a mim. Entre as mais importantes estão o fato deles partilharem a solidão e a ausência da família, o carinho no momento em que abro a porta e eles vem roçar seus corpos nas minhas pernas em uma demonstração clara que sentiram minha falta, o olhar enternecedor e o aconchego em meu colo, quando as lágrimas caem por algum motivo.


Precisa mais?

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Os melhores textos não são felizes...

Já quis escrever textos felizes, que fizessem as pessoas rirem, mas o que tenho de engraçada na convivência,  acho que não o tenho na escrita. Isto porque, na grande maioria das vezes só escrevo quando estou triste ou quando o assunto realmente se vê pertinente e inconvenientemente chato na minha cabeça.

Contudo, sempre me pergunto: por que é tão difícil escrever textos felizes? E as perguntas continuam. 
Mas de que valem os textos felizes?

Sem que isso soe pretensioso demais, mas pelas minhas constatações os grandes textos, os grandes poemas e os grandes poetas não escreveram textos felizes.Eu acho que os textos com aquele tempero de saudosismo e melancolia são aqueles que guardamos para sempre. Porque o ser humano tem um quê de derrotado e a derrota é tão mais vivida, mais sofrida e mais sentida que a alegria, que a vitória.

O que seria da poesia sem a incerteza, a agonia profunda, o desespero, o trágico e o infortúnio? O que seria das grandes estórias sem o verbo rasgado e os conflitos humanos ou o desequilíbrio ? 

Seja qual for a narrativa, eu creio que  só é sublime e profunda, se for submersa nos nossos maiores pesares. Né não?

sábado, 10 de agosto de 2013

Elas não me representam....

No supermercado, na fila da pizza, duas moças atrás de mim conversavam animadamente. Eram muito bonitas. Bem bonitas, mesmo. O celular de uma delas recebeu uma mensagem. Sem cerimônia ela tirou o aparelho do meio dos seios (no estilo Larissa Riquelme). Leu a mensagem em voz alta. 

Era de um rapaz que dizia que ela era uma mulher especial e queria vê-la. Então, a moça bonita acabou de ler e caiu na risada junto com a amiga. -Você acredita que esse fulano me mandou flores? Por favor, né! Que ridículo! Quer me agradar me mande uma nota de R$ 50,00 – exclamou.

A amiga concordou. Riram alto novamente e ridicularizaram mais uma vez o gesto do moço. A fila andou, mas ainda tive tempo de as ouvir falando pras duas mulheres que montavam as pizzas: - sorte que vocês são casadas, porque os homens hoje em dia são todos uns idiotas.
Oi?

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Eu queria correr...

Eu queria correr. Desenfreadamente, sem limites, para onde o único destino fosse aquele imposto pela medida da minha exaustão. Eu queria correr para longe, distante o suficiente, para ouvir apenas os meus passos, onde o som mais intenso fosse o arfar da respiração....

Eu queria correr numa só direção, numa estrada reta, sem horizonte. Correr num ritmo constante e sem fim. Eu queria sentir o vento secando a pele, do meu esforço, tirando meus cabelos do rosto. Eu queria chegar ao fim e começar de novo...

Correr sem rumo ou descanso, sentindo cada músculo ardendo no corpo, sentindo a dormência do sangue em movimento. Eu queria correr até me faltar o fôlego, até abrir o peito, e solto, poder sair do chão. 

E que seja qual for o fim do percurso, que seja a minha companhia o silêncio que só a ausência permite, ao coração...