Alô, alô marciano....

Sutileza nunca foi meu forte. Talvez o meu jeitinho tratorzinho de ser seja um pouquinho atenuado pelo o fato de eu tentar rir das próprias desgraças....Porque sorriso facilita as coisas, aproxima pessoas, até garante beijos babados vindos de criancinhas fofas. Mas, na falta do sorriso e do bom humor, sobram somente a incapacidade de medir as palavras, de guardar pra si o que ninguém perguntou e a boa e velha mania de achar que tá certa, sempre certa, mais que certa, amém.

Juro que as minhas intenções são sempre boas, juro. São mesmo! Não tenho tolerância pra quase nada, especialmente para o que causa tristeza e angústia seja em mim ou nos outros. Então, quando proponho soluções infalíveis para os problemas alheios, juro que sou movida por essa vontade de que tudo esteja bem sempre e sempre. 

Mas o fato é que eu deveria cuidar da minha própria vida e dos meu próprios dilemas existenciais....  Isso me fez lembrar de uma frase que circula pela internet e que uns a atribuem a Caio Fernando Abreu,  outros a Clarice Lispector, que diz assim: "Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui."

Pra falar a verdade os sorrisos fáceis e fundamentados ainda não me encontraram nesse 2012 esquisito. Se eu, de fato, acreditasse em astrologia, horóscopos e afins, diria que Marte está agindo sobre os meus chacras superiores e pressionando aquele botãozinho que me faz impulsiva, brigona, descontente, chorona, carente e intolerante. Só pode ser... Só pode!

Alguém me diga que rota de que planeta preciso alterar para que meu ano seja leve, por favor!

Alô, alô Marciano, aqui quem fala é da terra....tem algum recado pra mim, mano?