sábado, 12 de maio de 2012

Laços...

Esse clima todo em torno do dia das mães na verdade me deu uma vontade danada de dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas sobre paternidade. Não sei nada sobre SER mãe ou pai; minha experiência se limita a TER pai e mãe. Do alto dos meus 37 anos, ainda imaturos, só posso dizer que não deve ser fácil ser pai ou mãe de alguém ( ser filho também não é tarefa das mais simples). Imagino o que se passa pela cabeça e pelo coração de alguém, quando descobre que vai , para sempre, influenciar diretamente a vida de uma pessoa que nem conhece, cuja companhia não tem direito de escolher. 

Porque pai e mãe não escolhem o filho que terão, não decidem se aquela pessoa será interessante e divertida, não podem simplesmente se cansar de um filho chato e arranjar outro, assim como fazemos com amigos,amores, conhecidos. Ter um filho, me parece, é como dar um tiro no escuro, é fazer um contrato de amor vitalício, pra sempre, sem garantias. (Escrever é uma coisas perigosa,né? Por que estou dizendo isso? Porque por mais que eu tente ser impessoal ao escrever agora, especificamente neste post, não consigo. Sei que não há meios de adivinhar todas as implicações por trás dessas minhas palavras, mas,só pelo movimento de fazer alusão a um tema como esse, sinto uma pontada no estômago.) 

Mas, para além de pontadas e mágoas, acho que uma coisa que aprendi nesses últimos tempos e que vale para todas as nossas relações é que não se pode esperar o tempo ajeitar tudo. Uma vez, me disseram que eu entenderia muitas coisas quando crescesse, quando fosse adulta. Pois é, a gente entende mesmo. Empatia é um ganho, um aprendizado. A gente cresce e entende que nossos pais são de carne e osso feito a gente. Erram, acertam, choram, se cansam como todo mundo. A gente aprende a entender isso; aprende a perdoar seus erros e a compreender suas dores porque também temos as nossas dores e os nossos erros. 

Chega um tempo que o amor e o afeto prevalecem, de alguma forma. Há casos, porém, em que o entendimento vem, mas os espaços do amor nunca são preenchidos de fato. Porque amor não brota assim do nada, só porque a gente quer. Amor é processo vitalício, tanto quanto vitalício é o registro de um nome numa certidão de nascimento.

Se eu pudesse dizer algo para todos os pais agora, eu sugeriria que nunca negligenciem as pessoas que amam. É um clichê, eu sei, mas funciona. Ainda que a gente não saiba ser maduro, coerente; por mais que a gente faça merda; por mais chato que seja viver e aturar a chatice da vida, vale a pena não ser egoísta. Pode não evitar sofrimento, estresse, anos de terapia, mas garante a vitalidade de laços indispensáveis.

5 comentários:

  1. Este texto não poderia vir de outra pessoa Silvinha.vc sempre me impressionando.

    Beijo e boa noite, minha querida.

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  2. Essa é a Silvia cabeção...hehe.Sempre com essa caxola funcionando e produzindo ótimos textos. Quem dera todos os pais lessem e compreendessem o conteúdo dessa tua produção.

    Beijo minha amiga.

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  3. Oi Silvia,
    Caraca...que texto! Verdadeiro, profundo demais.
    Arrepiei...
    Bjo e boa semana!

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  4. Chorei de novo, rs....sério...vou esperar a TPM passar e se continuar chorando assim, vou me tratar...tá loko, rsrsrs
    Beijo Xixo!
    Sandra

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  5. Paty, Renato, Fla e Sandra....beijos...obrigada pela visita constante...o oi de vcs alegra meu dia...

    Ps: Sandra eu tbm chorei...e nem to de TPM ainda...heheheh

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