Já não existem vovós como antigamente. Hoje, as queridas senhorinhas querem mais é viajar para curtir a vida, saracotear pelos salões de bailes da 3ª idade, frequentar academias e centros de estética, angariando todas as novidades possíveis para mantê-las mais jovens . As marcas de expressão adquiridas ao longo da vida, denotando tantas conquistas, são facilmente apagadas com uma injeção de botox, um artigo milagroso, que apaga sua história como uma borracha poderosa.
Não as condeno por isso. São novos tempos. Mas dou graças a Deus por minha avó não ter sido assim. Com quase 80 anos, minha querida avó Olíria, matriarca da família Mazzotti emprestou para nós, seus 29 netos e 26 bisnetos toda sua história, sua dedicação e seu colo fofinho que sempre ficou longe das dietas e dos tratamentos estéticos mirabolantes que demandam tempo e por isso afastam avós e netos. Não era à toa que sua casa era sinônimo de reunião familiar, de carinho e de mesa farta. Tudo feito por ela.
Sinto pena dos netinhos de hoje em dia que não vão ter uma avó dedicada como a minha. Sinto-me imensamente triste por não poder mais curtir o colo da minha amada vózinha, que foi morar com Deus em janeiro de 2008. Sinto-me desamparada, mas agradecida a Deus por ter compartilhado comigo a melhor vó do mundo.
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