domingo, 14 de julho de 2013

Laços...

Porque hoje é domingo, dia de solidão no 501, quase véspera de um reencontro, me deu  uma vontade danada de dizer alguma coisa, qualquer coisa, sobre paternidade. N
ão sei nada sobre SER mãe ou pai; minha experiência se limita a TER pai e mãe. Do alto dos meus 38 anos, ainda imaturos, só posso dizer que não deve ser fácil ser pai ou mãe de alguém ( ser filho também não é tarefa das mais simples). Imagino o que se passa pela cabeça e pelo coração de alguém, quando descobre que vai , para sempre, influenciar diretamente a vida de uma pessoa que nem conhece cuja companhia não tem direito de escolher.
Porque pai e mãe não escolhem o filho que terão, não decidem se aquela pessoa será interessante e divertida, não podem simplesmente se cansar de um filho chato e arranjar outro, assim como fazemos com amigos,amores, conhecidos. Ter um filho, me parece, é como dar um tiro no escuro, é fazer um contrato de amor vitalício, pra sempre, sem garantias.

Uma coisa que aprendi nesses últimos tempos e que vale para todas as nossas relações é que não se pode esperar o tempo ajeitar tudo. Uma vez, me disseram que eu entenderia muitas coisas quando crescesse, quando fosse adulta. Pois é, a gente entende mesmo. A gente cresce e entende que nossos pais são de carne e osso feito a gente. Erram, acertam, choram, se cansam como todo mundo. A gente aprende a entender isso; busca aprender a perdoar seus erros e a compreender suas dores porque também temos as nossas dores e os nossos erros.

Então, chega um tempo que o amor e o afeto prevalecem, de alguma forma. Há casos, porém, em que o entendimento vem, mas alguns espaços nunca são preenchidos de fato. Porque há conceitos que não brotam assim do nada, só porque a gente quer.  Acho que o amor tem que ser um processo vitalício, tanto quanto vitalício é o registro de um nome numa certidão de nascimento.


Se eu pudesse dizer algo para todos os pais agora, eu sugeriria que nunca negligenciem as pessoas que amam. É um clichê, eu sei, mas funciona. Ainda que a gente não saiba ser maduro, coerente; por mais que a gente faça coisas erradas, vale a pena não ser egoísta. Pode não evitar sofrimento, estresse, anos de terapia, mas garante a vitalidade de laços indispensáveis.

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