domingo, 7 de dezembro de 2008

29.06.08 - Superrrrrrrrr Silviaaaaaaa........


Aqui, assim como na política, palavra empenhada, palavra cumprida....
Disse que contaria o episódio do dia que evitei um "pseudo-suicídio", então aí vai...
Há uns 4 anos, quando ainda trabalhava na TV Catarinense (lá em Joaçaba City), estávamos eu e o Wilmar Zanella (o Cutri, para os íntimos), meu cinegrafista oficial, dando uma volta pela cidade....era um daqueles dias em que nenhuma pauta rendia....quando isso acontecia, ficávamos zanzando entre Joaçaba e Herval D'Oeste, cujos limites são divididos por pontes, que ficam no centro das duas cidades....


Em uma dessas voltas, depois de passar por Herval, entramos na ponte...o trânsito não andava de jeito nenhum....lá na frente avistamos um vuco-vuco e carros dos bombeiros e da Polícia Militar.... saimos do carro num salto só...eu de microfone em punho e o Cutri com sua câmera...
Ao chegarmos perto do tumulto, avistamos um rapaz, do lado de fora da ponte (onde passavam uns canos hiper grossos para o transporte do esgoto da cidade)...segurando no parapeito da ponte ele ameaçava se jogar...se ele ia mesmo fazer isso, não posso afirmar...


O que sei é que há uns 30 minutos, bombeiros e policiais tentavam demover o homem de pular...eles já estavam impacientes com a criatura... quando cheguei, vislumbrei a chance de render uma boa matéria....me aproximei dos negociadores e perguntei se podia tentar entrevistar o pseudo-suicida... disseram que não..já que era arriscado chegar perto dele, pois poderíamos assustá-lo, além de corrermos o risco dele nos puxar junto...


Não me dei por vencida.... estava há uns 15 metros do homem...comecei a gritar com ele... como o senhor se chama? - Antonio - ele me disse...
-Seu Antonio, posso chegar aí perto do senhor? - Nãooooooooo......
- Ô seu Antonio, não faz isso não.... posso chegar um pouquinho só mais perto, pra eu não precisar gritar??? - pode - disse...


A partir daí o papo fluiu....disse à ele, que éramos da TV e que o ajudaríamos (pra mim isso era líquido e certo...eu iria tentar ajudá-lo)..... a criatura havia vindo do litoral para visitar a filha....tinha sido enxotado pela mãe da garota, enchido os cornos de cachaça, gasto o dinhiero da passagem de volta e por isso queria dar fim à vida...heheh
Dez minutos depois estava ao lado do seu Antonio, com o microfone ligado e ele me dando entrevista.... (os bombeiros e os policiais só curtindo minha cara de pau)....


Lá pelas tantas eu dizia: seu Antonio...pense bem...nós gravamos tudo aqui...daqui a pouco sua filhinha vai ver o senhor na TV, ela vai ficar triste ao vê-lo assim...vamos sair daí....não há motivo pra isso....eu me comprometo em ajudar o senhor....O vivente abriu a boca a chorar...pensei: bah..o ponto fraco dele é a filha....


Então, perguntei como ela era, se parecia com ele, se era inteligente, se ia à escola....ele chorava e me contava todo orgulhoso... Lá pelas tantas falei: Me dê a mão....eu ajudo o senhor a sair daí... mas ele ficou reticente e disse..não..vou pular..quero morrer....
Homem , não faz isso não...pensa bem na tua filha........ - Então para a surpresa da galera que tinha se aglomerado, ele falou..tá bom...se a senhora for comigo, eu saio daqui...
Estendi a mão pra ele, os bombeiros ficaram em posição estratégica pra ele não me puxar junto e ele pulou pra dentro da ponte....nesse momento uns trocentos policias pularam em cima dele e de mim ...heheh....... houve uma gritaria e um monte de palmas...


Eu na minha santa inocência, queria ir junto com o tchô...até entrei no banco da frente da viatura....quando olhei pra trás, seu Antonio, tava era levando umas porradas, por ter dado trabalho para os homens.... Eu alí , comovida com a trsiteza do homem, achando que tava salvando uma vida e, os caras na maior frieza, metendo porrada....
Fiz o Cutri me levar até o hospital pra ver se ia ficar tudo bem....depois fiz questão de dizer ao comandante que não tinha gostado daquilo... fiquei vários dias frustrada com o final da minha história de super -herói...

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